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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A quem interessar possa: o Haiti não é o Afeganistão

Por: Washington Araújo

Os 20 mil soldados norteamericanos no Haiti, país com 9 milhões de habitantes perfaz proporção superior às forças conjuntas dos Estados Unidos e da OTAN no Afeganistão nesse primeiro ano do governo Obama: 70 mil para uma população de 28 milhões.

Foi assim que o mundo tomou consciência da existência do Haiti. Em nosso imaginário o Haiti assume as feições de pessoa ferida, impotente, entre a vida e a morte, cercada por destroços de construções e também nas informações dando conta que 150 mil a 200 mil pessoas morreram no país em decorrência do terremoto do dia 12/01/2010. As imagens na televisão capturam aquela poeirinha fina, agregando ao ar respirado partículas de areia, cimento e cal. Repórteres incluem em suas matérias frases, antes impactantes e agora absolutamente normais, óbvias como: “Aqui, no que foi um prédio de 6 andares, deve haver algumas centenas de pessoas soterradas” ou frases mais elaboradas e não menos dramáticas como “Estamos em um imenso cemitério... Porto Príncipe está todo assim!” A linha que separa jornalismo de sensacionalismo foi, é e continuará sendo tênue, muito tênue.

Nos últimos 21 dias o trabalho da imprensa se resumiu a mostrar imagens da destruição da capital haitiana. Devastação e caos. Resgate das vítimas. Ajuda humanitária a caminho. A cobertura brasileira abriu capítulo especial: estamos de luto também por Zilda Arns, Luiz Carlos da Costa e mais 19 militares que atuavam na Força de Paz mantida pela ONU em Porto Príncipe. A imprensa potencializou as dificuldades do país: para lidar com sua reconstrução e demonstrou que o país caribenho apresentava sérios ´defeitos´ de construção.

FONTE: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4537

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